sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

DESASTRES PRINCIPAIS OU UM MUNDO SEM RAZÃO


São narrativas, efectivamente: são a trágica viagem por um mundo sem razão, rupturas da própria modernidade e seus mais nobres conceitos, cravando as mais diversas contradições e guerras num capitalismo ciclónico, selvagem, contra-natura. A milenar evolução da Humanidade começa a desagregar-se, perdendo o sentido de antigas culturas.
Este livro foi escrito em cerca de dois meses, pela leitura diária de vários jornais perante a guerra da Síria, debatendo tais vozes, a par de outras crises em redor, no Paquistão, no Líbano, no Afeganistão, e também observando as concepções inomináveis dos talibãs, das suas escolas, lutas contra a normal percepção e desejo criativo da pessoa humana. Entre tudo isso há estranhos casos intercalados de naufrágios, os mais diversos, que afinal ligam as suas perdas históricas ao afundamento da Síria e à legenda de um casal de sobreviventes que, após uma deriva pela arte, concentra em casa memórias de épocas em que as alavancas do progresso suscitavam abertura e esperança, entre nostalgias perante um futuro cada vez mais opaco, apesar da Globalização que torna tudo instantâneo e cada vez mais despido das almas e das suas identidades territoriais.